quarta-feira, 22 de abril de 2009

30 anos....So what?

Oh é o teu aniversário? Quantos anos fazes? O QUÊ? Não posso crer, és assim tão velha.

Basta. Estou farta destas afirmações. Desde quando passamos a barreira dos 30 e somos catalogados como fósseis?
Para algumas pessoas passar a barreira dos 30 é um pesadelo, é como se a vida acabasse a partir da data do seu aniversário. Ao que parece as pessoas ficam verdes, enrugadas, de cabelo branco e unhas recurvadas e amarelas, desdentados e perdem a capacidade de interagir em sociedade.

Para as mulheres é o drama, o horror, a vida que as persegue e tortura. Para além do monstro da celulite que corre atrás delas vem agora o monstro da idade. Mais uma vez as solteiras sentem a pressão do mundo para um compromisso e as casadas olham para as mulheres mais novas num misto de desdém e inveja.

Em que ficamos, afinal? Uma mulher de 30 anos é ou não velha?
O mito do “sexo e a cidade” está demasiado entranhado na actualidade para ser ignorado. O grupo de quatro mulheres retratado na série faz com que sintamos que a idade não é limite para nada. Ignorando a vida amorosa falhada das personagens , que diga-se de passagem é o que dá interesse á série, estas mulheres representam a realidade do mundo feminino.

Como em todas as faixas etárias há dramas, há dificuldades, há crises mas também há alegrias, novas experiências, novas descobertas e vivências das quais só podemos desfrutar com a maturidade que adquirimos em todos os anos que trazemos na bagagem.
O drama dos 30, creio que só se torna mais visível, quando a mulher não se sente realizada por alguma razão. Todos os medos, dúvidas e fracassos parecem ser aumentados com uma lupa quando se passa a fatal barreira e o pior é que se não resolver-mos estas pequenas questões, o drama vai tornar-se maior aos 40, aos 50 e por ai adiante.
Encontrei várias histórias interessantes quando pesquisava para este tema. Histórias de mulheres e as suas duvidas existenciais e opiniões masculinas que contrariam tudo o que é dito pelo sexo oposto. Mas como em muitas outras situações as mulheres só ouvem o que lhes interessa e mesmo que os homens gritem aos quatro ventos que adoram mulheres trintonas a mulher filtra a informação e houve apenas criticas depreciativas.

Na minha opinião, fazer trinta primaveras não é nada do outro mundo apesar dos olhares horrorizados que me deitam quando anuncio a minha idade.
Os “defeitos” que advêm do envelhecimento do corpo são evitáveis e corrigíveis. Evitáveis se praticarmos um estilo de vida e uma alimentação saudável q.b e corrigíveis através dos pequenos milagres da cosmética como sejam, tintas de cabelo, cremes anti-rugas entre outros tesouros.
O que não convêm é andar vestida/o de fantoche com roupas inapropriadas á idade ou ter atitudes de adolescente, porque nessa altura vamos parecer até muito mais velhas, vamos um bando de parecer entradotas desesperadas á beira de um ataque de nervos.

Acima de tudo, devemos abraçar aquilo que somos. Abraçar a vida que tivemos até aqui, os nossos sucessos, os nossos erros. Podemos até aproveitar para fazer uma retrospectiva daquilo que já conquistámos e ver os projectos que ainda temos pendentes afinal, não é tarde demais para ainda os realizar-mos.

O importante é esquecer tudo o que é dispensável e sermos fieis a nós mesmos.


Nota: Faltam 4 dias para o meu aniversário e do “monstro verde” nem sinal.

Desculpa, mas não posso pensar por ti!


Quantas vezes nos vimos presos numa situação em que nos pedem para fazer algo, que para nós é perfeitamente praticável, mas que achamos que não devemos fazer? A resposta é, demasiadas.
E quantas vezes acabamos por ceder a estes pedidos? Sempre.
É sempre complicado dizer que não a amigos, filhos e companheiros mas a realidade é que não podemos estar sempre a pensar e fazer algo por eles. Esta não é a forma correcta de amar, ajudar ou educar.
As acusações vão acumular-se, sim. Os amigos vão dizer que somos péssimos por não os ajudar-mos devidamente, os filhos vão dizer que somos pais ausentes e não os apoiamos, terceiros vão dizer que somos demasiado exigentes.
Todas estas acusações vão esmorecer no futuro, ou assim espero, quando um dia estes indivíduos tiverem de agir sozinhos, de tomar decisões. Caso toda a vida tenham recebido tudo de bandeja, vão certamente falhar. Se pelo contrário sempre foram estimulados a resolver as situações por si, não terão qualquer problema.
Agora, quanto a nós, temos de tomar uma decisão. Vamos ser os amigos “ideais”, os pais “perfeitos” ou vamos ajudar da melhor forma possível? Vamos ser cúmplices da preguiça e da inércia ou vamos estimular e dar aos nossos entres queridos a matéria prima necessária para formarem a sua própria opinião e seguirem o seu próprio caminho.
Sinceramente prefiro ser catalogada de “má mãe e péssima amiga” se isso se reflectir na formação e/ou crescimento pessoal de um ser auto suficiente e vencedor. Mas acredito também que um bom amigo, nunca duvidará do nosso apoio e um filho nunca sentirá a nossa ausência apenas por não fazer-mos os trabalhos de casa, por ele.

Mãe, o que é o Apartheid?


Mãe, o que é o Apartheid? – pergunta curiosa uma criança de 7 anos que observa a banca de jornais e descobre uma palavra estranha, nova no seu vocabulário.

Silêncio. Esta é a resposta que recebe da sua mãe de 30 anos. Será ignorância ou puro desconhecimento?

No dia em que ocorrem eleições decisivas na África do sul, ainda há pessoas que não sabem o que é o apartheid ou que ouviram a expressão mas nunca quiseram saber o que significava. Conhecem a figura de Nelson Mandela mas ainda não perceberam porque é tão importante e tão adorado.
Como podemos nós ignorar de forma tão obscena aquilo que nos rodeia e a história daqueles que nos antecederam e que fazem do mundo aquilo que ele é actualmente.
Como podemos continuar a ignorar as pessoas que lutaram pelos seus direitos, pelos direitos de uma etnia e pelo caminho construíram as bases e solidificaram a sociedade actual.
Para muitos , valores como a liberdade de imprensa e a independência da justiça são dados adquiridos , nunca viram, nunca temeram, nunca tiveram de lutar contra a aplicação da pena de morte (abolida apenas em 1995 na África do Sul) , logo não dão importância ás mesmas. Estas são as pessoas que só dão valor a algo quando o perdem.
Só esperamos que os seus direitos não sejam barbaramente violados e tenham de lutar como as tribos africanas ainda o fazem em diversos países daquele continente.



Apartheid - ("vida separada") é uma palavra de origem afrikaans, adotada legalmente em 1948 na África do Sul para designar um regime segundo o qual os brancos detinham o poder e os restantes povos eram obrigados a viver separados dos brancos, de acordo com regras que os impediam de ser verdadeiros cidadãos. Este regime foi abolido por Frederik de Klerk em 1990 e, finalmente, em 1994 foram realizadas eleições livres.
O primeiro registro do uso desta
palavra encontra-se num discurso de Jan Smuts em 1917. Este político tornou-se Primeiro-ministro da África do Sul em 1919. Tornou-se de uso quase comum em muitas outras línguas. As traduções mais adequadas para português são segregação racial ou política de segregação racial.


Para mais informações sobre este tema: http://pt.wikipedia.org/wiki/Apartheid

quinta-feira, 16 de abril de 2009

O êxodo intelectual



Existem limites para tudo, até para as regras da inserção social.
Por muito que alguém deseje fazer parte de um determinado grupo de pessoas ou “status” , não pode anular a sua personalidade em prol desse desejo.


Eu recuso-me a ser , fingir ser ou mesmo parecer burra para me inserir no circulo social que me rodeia diariamente no local de trabalho.
Por falta de estudos, de motivação ou mesmo de vontade de alimentar o espírito tanto quanto alimentam o corpo, o grupo que me rodeia é limitado e básico no que toca á cultura geral. Nunca me inseri neste grupo a 100% e se tiver de sacrificar aquilo que sou , nunca me inserirei.


Porque tenho de falar á bebé, á ghetto com vernáculos rácicos ? Porque tenho de ouvir musica horrível que quando tem letra é absolutamente incoerente, racista e sexista ?Porque tenho de negar ler o jornal diariamente e perceber o que nele consta? Porque tenho que calar a minha opinião sobre o que se passa á minha volta só para não ser olhada de lado e criticada?


As personagens com quem partilho o meu espaço de trabalho olham-me de lado e pelas minhas costas comentam que me sinto e comporto como se fosse superior.
Se se referem ao facto de eu ser inteligente, formada e minimamente culta em relação a todos eles, sim assumo...Sinto-me superior. Como já disse, recuso anular-me.
Muitas das pessoas que me rodeiam, até são pessoas cultas mas que se deixaram cair na inércia cultural e com a falta de estímulos á sua volta esquecem –se de utilizar a sua “massa cinzenta” , tornando-se básicas. Quando individualmente se fala com estas pessoas elas têm momentos de lucidez intelectual, no entanto, quando devolvidas ao grupo habitual tudo regride.


Porquê?


Desde quando necessita o ser o humano de esconder o seu maior bem para se sentir inserido na comunidade? Desde quando nos torná-mos uma sociedade que circula em “modo automático”, sem pensar, sem ter consciência do mundo que nos rodeia? Desde quando deixámos de dar importância á cultura, aos estudos, ao conhecimento? Desde quando abdicá-mos do prazer de aprender algo novo todos os dias?
Tudo isto me entristece. É difícil ser ofendida pelo facto de gostar de alimentar o intelecto diariamente, mas ao mesmo tempo questiono-me o que pensarão estas pessoas que me rodeiam de outros indivíduos com quem me cruzo lá fora e que são milhentas vezes mais cultos e inteligentes que eu?
Serão também convencidos? Génios? Pseudo-intelectuais? Nada disso... nem sequer são reconhecidos, porque para estas criaturas esse outro mundo não existe. Existe apenas o grupo onde se inserem felizes, por terem alguém que fala a mesma língua ( se assim se pode chamar), que tem os mesmos gostos por novelas e revistas cor de rosa e conversas sem teor algum.
Nunca me poderia inserir num grupo assim. Não! Se o fizesse tenho a sensação que ocorreria um êxodo de neurónios do meu cérebro.


Sinto-me orgulhosa daquilo que sou. Toda a minha vida fui assim e não vou mudar. Não considero que esteja errada e sei que algures lá fora existem outros “ bichos estranhos” como eu. Pena é que metade deles não vai saber defender o seu bem mais precioso e vai sacrificá-lo em prol de uma vida social que considera fabulosa e perfeita, aquela que vê nas revistas cor de rosa.

· Êxodo - «emigração de todo um povo ou saída de pessoas em massa», como, por exemplo, «o êxodo dos judeus» ou «o êxodo rural». A palavra êxodo vem do «gr[ego] éksodos,ou, "passagem, saída; marcha, partida; expedição militar; procissão, cortejo, pompa", [pelo] lat[im] exŏdus,i,

terça-feira, 14 de abril de 2009

Um grito por atenção – Parte II


Outro exemplo de mulheres carentes de atenção, são as mães, principalmente mães com filhas mulheres e nestes casos a carência e as atitudes de pura maldade são gravosas e podem deixar marcas.

Para muitas meninas crescer significa aprender a lidar com os conflitos e a colocar muitas vezes limites aos outros, o problema é quando esses outros são as mães.

Muitas mulheres tem o prazer em revelar que seguiram os esteriotipos da sociedade á letra. Compraram casa, casaram com o homem da sua vida e tiveram filhos tudo dentro do” limite de idade “ estipulado. No entanto, esta transição de casa dos pais para casa do marido e a possível falta de vida própria ou mesmo de pensamentos próprios faz com que se crie um vazio na essência destas mulheres.
A solução apresenta-se então naturalmente. Para não variar muito e tendo o ser humano tendência para atribuir a terceiros a culpa de todos os seus males, a mulher vê na sua filha mulher a escapatória para a sua frustração.
Nesta altura deparamos-nos com dois tipos de atitude – a Neurótica e a imitadora.
Quando a mulher não vê porque terá de abdicar do seu papel de mulher em prol do papel de mãe e não pretende abdicar tão cedo da sua auto-imagem, quando se cuida, preocupa com a aparência e tenta manter-se jovem vê essa questão como uma rivalidade com a filha. A mulher fica então de tal forma obcecada que a figura de mãe desaparece.
Isto sucede muitas vezes porque a mulher se sente marginalizada ou porque percebe que a vida está a passar velozmente, e não correu de acordo com as suas expectativas, vendo na filha alguém que tem um ascendente sobre o pai que ela nunca teve sobre o marido e que tem uma vida com muito mais oportunidades e alegrias.
Nesta fase revela-se a Neurótica, a mãe que se tornou “madrasta”.
Num campo completamente oposto, temos a mãe imitadora, que vê na filha uma forma de viver tudo aquilo que não teve oportunidade de fazer.
A mãe transforma-se então numa espécie de melhor amiga e confidente, relegando para outros as tarefas educativas. Trata a filha como uma igual, veste-se de igual, fala da mesma forma, usa os mesmos adereços e perfumes. Chegam mesmo ao cumulo de partilhar.
A mãe identifica-se de tal forma com uma adolescente que esquece a sua própria vida e integra-se no grupo de amigos da filha, como se fosse mais uma das meninas. No entanto, por muito que se esforce a mãe nunca vai poder esconder a realidade da sua idade e da sua posição e a filha vai sempre lutar pela sua individualidade.
Como pais temos de ter absoluta consciência do fardo que podemos infligir nos nossos descendentes apenas porque não sabemos lidar com os nossos traumas. Seja por medo “de sermos ultrapassados ou de já não conseguir-mos que gostem de nós criamos fantasias de regresso ao passado, á fase da nossa vida em que fomos mais felizes, mas esta identificação artificial com a adolescência não resolve os nossos problemas.

Um grito por atenção!




“Ainda estou dentro do prazo de validade !” - Gritam desesperadas – “Olhem para mim!”

Este é o grito que muitas mulheres nos dias que correm querem dar. Seria o epitome da sua libertação, mas em contrapartida torna-se o algoz da sua felicidade.
O “ Sexo e cidade” sempre foi uma série de eleição para a maioria das mulheres. As roupas, os sapatos, o estilo de vida, as amigas tudo parece um sonho, uma vida de eterno glamour sem preocupações. Mas a realidade é cruelmente diferente.
No fundo a maioria das mulheres usam esta série como motivação para lutar, pois precisam de algo a que se agarrar para não caírem no desespero da solidão. Observando a situação de perto o que vimos são solteironas empedernidas, sozinhas e frustradas.
Ao caminharmos pelas ruas passamos por elas a toda a hora. Mulheres solteiras com idades superiores a 27 anos que na sua maioria se veste de forma demasiado vistosa e nada adequada ao seu tipo de corpo e idade.
Famintas por atenção, seja de quem for, produzem-se em demasia, muitas vezes caindo no erro de parecerem autenticas árvores de natal, coloridas e sobre-acessorizadas. E tudo porquê?
A maioria culpa a sociedade que estereotipou uma mulher que deve casar no máximo dos máximos aos 25 anos, ter filhos aos 26 e ser feliz o resto da vida com um mesmo homem – o homem da sua vida. Esta imagem estereotipada é criticada e escarnecida como sendo retrograda e desadequada aos tempos que correm, no entanto , é aquilo que mais desejam e aquilo que mais as frustra por não conseguirem atingir.
Tentam então disfarçara sua inadaptação seja de que forma for. A mais óbvia e fácil de conseguir, é claro “disfarçar” a idade . Correm para lojas típicas de adolescentes, compram acessórios , pintam o cabelo não tendo em conta as regras da naturalidade ou dos tons de pele, pintam-se ,fumam pela aparência de poder que isso lhes suscita e saem á noite todos os dias tudo isto na vã esperança de se sentirem desejadas e amadas , mesmo que seja por algumas horas.
Quando o sol nasce a realidade é bem diferente, a roupa está no chão, o cabelo desalinhado, a maquilhagem borrada e já é tarde para ir trabalhar. A figura reflectida no espelho é a prova da sua inaptidão e de mais uma noite em que os planos de futuro não ficaram mais próximos.
Têm muitos “amigos”, procuram a protecção e o conforto da família, mas no fundo estão sempre sozinhas.
Procuram relações na internet e na noite, iludindo-se com as conquistas fugazes. No fim ficam ainda mais amargas, porque estas conquistas de uma noite se revelam ser pessoas pouco dignas, comprometidas ou com características físicas e de personalidade muito diferentes á luz do sol.
Planeiam vinganças contra aqueles que as rejeitaram, criticam aqueles que lutaram e atingiram algo que elas não conseguem e estouram mais dinheiro em futilidades para acalmar a sua frustração e choram.
No dia a seguir vão recomeçar tudo de novo. Vão mesmo?! Para se começar algo novo, uma vida nova temos primeiro de limpar tudo o que está mal. Reflectir nos nossos erros e avançar para a sua correcção.
Devemos apostar em nós, mas apostar no nosso interior e não no exterior. E acima de tudo devemos deixar de responsabilizar terceiros pelos nossos problemas e frustrações.

A reclamação de barriga cheia


A maioria das pessoas passa grande parte do dia a reclamar de barriga cheia.
Se é porque chove é porque chove, se faz sol é por fazer sol.
Se vão ao café tomar pequeno almoço, é porque não há nada para comer.
Se andam de transportes é porque o mesmo vem muito cheio.
Se andam de carro é porque a fila de transito é monstruosa.
Se têm de trabalhar é porque é muito cedo ou o emprego muito aborrecido.
A lista de reclamações é infinita, mas será que estas pessoas já pôs a mão na consciência? Será que pensam naquilo que dizem?
Não há nada para comer? Sinceramente, se tem dinheiro para tomar pequeno almoço ou lanche no café não têm motivos para se queixar. Há quem não tenha sequer o que comer.
O transporte está a abarrotar ou está transito? Que tal levantar mais cedo da cama? Há quem não tenha sequer trabalho para o qual tenha de se deslocar e não tem dinheiro para gasolina ou transportes mas que ás 6.30 h da manhã já estão á porta dos edifícios da segurança social a lutar pelo futuro.
A reclamação é um direito de todos, mas é ridículo ter de ouvir certas e determinadas queixas infundadas.
Há pouco tempo, através do telejornal, fiquei a saber que por baixo do viaduto de Sta Apolónia vive uma grande comunidade ( se assim se pode chamar) de Sem Abrigo. Cada vez que o transporte público que frequento passa nesse local eu uso-o como exemplo para controlar o meu mau génio. Cada vez que o dia corre mal e só me apetece reclamar ou chatear alguém com as minhas queixas e dramas pessoais, penso que ali, naquele local que abriga desafortunados, é o local onde eu passo todos os dias bem vestida, confortável q.b no transporte público, a caminho de casa ou do trabalho e deambulando pela minha vida da qual muitas vezes me queixo, mas que para muitos seria perfeita.


Dá que pensar, não dá? Ainda vos apetece reclamar?

terça-feira, 7 de abril de 2009

A educação sexual ...


06.04.2009 - 16h44 Lusa
A Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp), do Brasil, vão cooperar na investigação e formação para a Educação Sexual, encarada de forma distinta nos dois países.Trata-se do primeiro projecto entre as duas instituições, a realizar ao abrigo de um acordo anunciado hoje entre a Unesp e o Instituto Politécnico de Coimbra (IPC), que integra seis estabelecimentos de ensino.A realização de projectos e publicações científicas conjuntas, o intercâmbio de docentes e alunos e a realização de um congresso bianual na área da educação sexual (o primeiro em 2010, em Coimbra, e o segundo em 2012, na Unesp) são algumas das acções previstas.Enquanto em Portugal se discute a introdução da Educação Sexual nas escolas no âmbito da educação e prevenção para a saúde, no Brasil as acções desenvolvidas surgem em resposta a casos específicos de violência contra mulheres e homossexuais, consideraram, dois especialistas da ESEC e da Unesp.(...)"Estamos com um atraso muito grande a este nível, a privar, por falta de vontade política, as crianças e jovens de um direito que lhes é consagrado", considerou Filomena Teixeira, docente da ESEC, que participou num parecer sobre o projecto socialista, no âmbito da Federação Nacional de Professores (Fenprof).Filomena Teixeira afirma que a Educação Sexual "continua a ser um assunto que não é do agrado de todos" e defende que a matéria devia ser dada a partir do primeiro ano do 1º ciclo, em áreas não disciplinares, mas também abordada de forma transversal. Além da Educação, o IPC e a UNESP pretendem cooperar em outras áreas, sendo a Tecnologia uma das prioritárias.



E enquanto isto, temos a Igreja a excomungar médicos e pais pelo aborto de uma criança violada pelo padrasto, temos pais a ignorar as perguntas dos filhos sobre sexualidade, adolescentes a negar a sua própria sexualidade ou orientação sexual, temos o governo a anunciar números reduzidos de jovens que recorreram ao aborto legalizado e a oposição a negar estes números.
Enquanto isto crianças são atraídas na Internet por predadores sexuais, são incentivadas á violência e agressão através de Jogos, videoclips e desenhos animados demasiado violentos, são confrontadas no telejornal por visões de homens que fazem das filhas reféns durante anos sem compreenderem o porquê de tanto alarido.
Por muito que um pai se esforce para educar uma criança, ele não a pode escudar do mundo real. O máximo que pode fazer é dar uma educação sólida e rica e esperar que a sua cria use o seu bom senso e a educação na altura em que enfrentar o mundo sozinha.
Se continuarmos a aguardar o ensino da educação sexual nas escolas vamos continuar a ter crianças ignorantes que se transformam em adolescentes inconscientes e mais tarde em adultos com “bagagem” extra.
Tal como ensinamos as primeiras palavras e os primeiros passos, temos de vencer as nossas próprias inibições e ensinar também os temas que nos possam deixar desconfortáveis mas que no futuro nos farão sentir muito mais confiantes nos nosso descendentes e nas suas acções face ao mundo real.
Cabe aos pais preparar o melhor possível os seus filhos para o futuro, não apenas a nível profissional mas acima de tudo a nível pessoal. Há coisas que não se aprendem na escola e há coisas que se não ensinarmos ás crianças, elas vão tentar aprender sozinhas, através de fontes precáriamente informadas - os amigos- ou fontes de conteúdo duvidoso e sem filtragem – a Internet.
Não existem pais perfeitos, existem apenas uns mais informados do que outros.

Incoerências na terra da oportunidade – Parte II


06.04.2009 - 21h26 Reuters
Um juiz norte-americano permitiu a deportação do antigo guarda de campo de concentração John Demjanjuk, acusado na Alemanha pela morte de 29 mil judeus.Mas não é claro que Demjanjuk, 89 anos, vá sair dos EUA para a Alemanha tão cedo, já que o tribunal deliberou ainda, na decisão de hoje, que o caso pode ser ainda reaberto noutra instância.Os advogados de Demjanjuk tinham pedido que a ordem de deportação dada anteriormente fosse suspensa, argumentando que a deportação para a Alemanha de um homem idoso e doente equivaleria a tratamento desumano ou castigo degradante. Os advogados dizem que Demjanjuk tem problemas de coluna, insuficiência renal, anemia, e que precisa de ajuda para se movimentar. Demjanjuk nega que tenha tido qualquer papel no Holocausto, dizendo que quando era soldado do exército russo foi preso pelos alemães e que esteve em campos de concentração, mas como prisioneiro, até 1944.O acusado é de origem ucraniana e naturalizou-se americano, vivendo como trabalhador no sector automóvel no Ohio. Israel condenou-o por ser um cruel guarda de campo de concentração, mas corrigiu depois o que disse ser um erro. Os EUA retiraram-lhe, no entanto, a cidadania depois de descobrirem mais provas de que teria sido guarda noutros campos. A deportação para a Alemanha, que entretanto o acusou, foi ordenada em 2006, mas vários subterfúgios legais têm mantido Demjanjuk na América.


Enquanto uns lutam pela inocência outros aguardam anos pela comprovação da sua colaboração em actos de exterminio em massa.
Mas mais uma vez os EUA demonstram que não são assim tão justos como querem aparentar e para não variar optaram por ficar ao lado dos judeus. Como não? Iriam tomar outra posição sabendo os pais do capitalismo de onde vem o seu dinheiro?
O lobbie judaico sempre teve suma importância nos EUA, há quem diga mesmo que nenhum presidente é eleito sem o apoio desta comunidade, mas até que ponto estão os EUA dispostos a “vender” a sua lealdade.
Sim ,o Holocausto existiu. Sim, os campos de concentração existiram. E sim,as câmaras de gás existiram, não nos deixemos iludir pelos comentários de certos membros da Igreja católica, mas não devemos ficar presos ao passado.
Por quanto tempo mais , por mera consideração diplomática, vamos continuar a tomar decisões incorrectas e a gastar milhões em situações que sabemos que não vão ter solução. Ou pelo menos uma solução que agrade a todos os envolvidos.
Até que ponto as antigas alianças de guerra ainda são aceitáveis e viáveis? Até que ponto organizações como a NATO ainda não se tornaram obsoletas?

Incoerências na terra da oportunidade


(...) 06.04.2009 - 18h22 Agências
A justiça norte-americana rejeitou hoje o pedido do jornalista negro Mumia Abu Jamal para um novo julgamento pelo assassínio de um polícia branco de Filadélfia, em 1981. O Supremo Tribunal dos Estados Unidos considerou inválidas as alegações de que o Ministério Público tenha excluído de forma deliberada negros do júri do julgamento que acabou com a condenação à morte de Abu Jamal.Mumia Abu-Jamal, que já foi repórter de rádio, condutor de táxi e ex-Pantera Negra (organização radical de negros americanos), está no corredor da morte há 27 anos. Este foi o seu terceiro recurso a chegar ao Supremo e a ser rejeitado. (...)O tribunal de recurso em Filadélfia manteve a condenação de Jamal mas declarou a sentença de morte inválida. Falta agora o Supremo decidir sobre a pena de morte – depois ou Abu Jamal sairá finalmente do corredor da morte ou verá uma nova data de execução ser marcada.Abu Jamal foi condenado pelo assassínio Daniel Faulkner numa operação de controlo de trânsito na baixa de Filadélfia, em Dezembro de 1981. (...)Desde a condenação, em 1982, que os activistas norte-americanos e europeus contra a pena de morte fizeram dele um ícone da sua luta e apoiam as suas reivindicações de que é vítima de um sistema de justiça racista. (...)


Palavras para quê?
Ao que parece a “terra da oportunidade”, “ a terra do livre e a casa do valente ( the land of the free and the home of the brave), não é assim tão livre e o valente também não é o que parece.
O supremo tribunal não quer contrariar uma decisão já tomada por respeito ou por medo de represálias? Terá medo de enfrentar as consequências de libertar um homem incorrectamente enjaulado por 27 anos. Terão receio das represálias dos negros ou dos brancos? Ou pura e simplesmente não serão humildes ou maduros o suficiente para assumir que cometeram um erro?
Para o Presidente Obama a situação também será complicada de manobrar. Se este tomar o partido do tribunal está a colaborar com a Injustiça, se apoiar a vitima estará a ser tendencioso e a apoiar a raça negra, a sua raça.

“ Made in África”


Nos dias que correm existem milhares de pessoas que se devem reprimir diariamente pelo facto de não terem nascido em África.
Todos desejam ser “pretos” e “magros”!
Revistas, publicidade, séries de TV e filmes , tudo apela ao culto do corpo e da beleza o que significa que todos devemos estar ultra bronzeados e extremamente magros.
Gastam-se rios de dinheiro em solários e auto bronzeadores. Gastam-se energias nos ginásios e horas no WC graças aos “produtos milagre” queimadores de gorduras, enquanto que do outro lado do mundo crianças morrem á fome sem nunca sequer imaginarem que outro tipo de existência poderiam ter se nascessem num continente diferente.
A minha conclusão não poderia deixar de ser outra, com a linha de pensamento vigente e que se acentua ainda mais assim que surgem os primeiros raios de sol primaveris, a maioria dos habitantes terrestres reprime-se e repreende os pais pelo facto de não ter nascido em África onde certamente não teria de “lutar” tanto pela perfeição, pois esta seria uma característica natural.
Enfim... é triste, mas é a mais pura realidade.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Há dias em que acordo cansada do mundo.


Há dias em que acordo cansada do mundo.
Tudo á volta parece tão feio e cinzento que só apetece voltar para a cama e dormir até que tudo mude.
Na impossibilidade de me escudar da realidade, sou forçada a enfrentar a vida para além do edredon. Estes dias geralmente passam tortuosamente devagar, o próprio tempo parece colaborar para o aumento da negatividade.
Olho á volta! Torres cinzentas invadem os ceús, carros aceleram pelo alcatrão provocando um barulho ensurdecedor e aumentando com as suas emissões gasosas a irrespirabilidade do ar e o seu aspecto cinzento e soturno. Grupos de pessoas arrastam-se sem energia para os locais de trabalho.
Por um lado, penso que só vejo as coisas desta forma porque estou num dia “Não” e que preciso de despertar da minha letargia mas por outro sei que muitas pessoas realmente vivem assim no seu quotidiano.
Com os acontecimentos do último ano e o crescimento da Crise, os casos de depressão aumentaram ( pelo que nos indicam as sondagens) e a recorrência a fármacos antidepressivos tornou-se tão casual como o consumo de um café matinal.
Esta banalização do uso de fármacos e a falta de acompanhamento psicológico é deveras preocupante pois não cura qualquer problema apenas camufla sintomas, cria habituação e muitas vezes lança os consumidores para um mundo onde tudo parece submerso.
Diz o povo que é pior a “emenda que o soneto” e neste caso essa máxima aplica-se na perfeição. Por muito que custe e acredito que seja realmente difícil, temos de tentar ver a vida de forma mais positiva e tentar ter esperança no futuro. Se tal como eu não acreditarem em esperanças, rezas e afins o melhor mesmo é deitar a mão ao trabalho e encontrar soluções viáveis para os nossos problemas.
Enfrentar a vida de queixo erguido é muitas vezes difícil, mas se verificar-mos com atenção conseguimos perceber que ao endireitar-mos as costas e ao olharmos o mundo de outra perspectiva a solução apresenta-se mais claramente.
Nestas situações de depressão ou esgotamento, por muito que queiramos, terceiros não nos podem ajudar, tudo depende de nós, da nossa força de vontade . Por mais que olhemos de lado para pais, amigos e parceiros e pensemos que eles não nos compreendem nem tentam ajudar, a verdade é que simplesmente eles não sabem como agir, nem tem meios para o fazer.
Dizem os entendidos que com a chegada da primavera o número de casos de depressão diminuiu consideravelmente, mas isto não passa de uma farsa. O que diminui são os pedidos de ajuda médica para casos de depressão, pois alguém deprimido não fica curado de um dia para o outro e tal como muitas outras doenças ( ex: alcoolismo; tabagismo; etc..) esta nunca abandona definitivamente o seu portador é algo com que teremos de viver o resto da vida e contra a qual teremos de lutar de todas as formas possíveis e imaginárias.
Há dias em que acordo cansada do mundo. Tudo á volta é tão feio. As pessoas são feias e mesquinhas, mas eu estou decidida a não fazer parte desse grupo de vampiros emocionais.